Que dia é hoje?
A casa em silêncio
Me acompanha a fumaça
do meu algoz
A xícara do café quente
O olhar que se vai sem rumo
Nunca vivi isso
Nunca vi silêncio tão fúnebre
Menos ainda dor tão fina, funda, seca
Acho que a morte deve ser assim
Gélida, fina, funda, seca, roxa
Insensível a tal ponto
Que dor nem é mais
dor
Dor é um vazio cheio de nada
Que devia estar doendo, gritando,
Brigando, cansando o dia da gente
Mas, se assim é e não é assado
Preciso fazer um novo começo sei lá do quê
Nascer de novo de útero eletrônico
Abdicar das entranhas e neurônios
Ficar com as memórias boas... que às vezes esqueço
E esquecer que fui oca, mas antes fui cheia,
E antes ainda fui nada.
3 comentários:
Ah quanta tristeza! Estamos morrendo de saudades! Mas pelo menos posso ler você... que ótimo! Te amo muito!
hahaha! irado!
Aqui teremos como nosso cantinho nas horas especiais,muito lindo!!!!
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