quinta-feira, 30 de junho de 2011

Estações Humanas

Estações Humanas

Enquanto as flores abrem-se para a primavera

As folhas perdem espaço diante do colorido exuberante

Os troncos são cobertos

As raízes invisíveis

Mas, à chegada do outono,

Sem flores,

amarelo de folhas vira ouro,

o marrom do tronco dá a silhueta,

e a curva das raízes são caminhos.

Só, então, vemos: cada estação tem seu dom

E cada dom, seu brilho e vida

Em seguida esquecemos tudo

Para olhar o sol

E só a sombra importa no verão,

E só o abrigo das copas valem no inverno

É que o homem também tem estações

E cada uma delas uma visão

Um sentimento

Um senão

Uma letra de música a ser trabalhada

Caçadores do mapa do inferno

Enquanto a eternidade bate à porta

Vamos matando a vida

E a juventude eterna

É no mínimo bizarra

Enquanto se enterra o planeta

E se extermina o outro

Quanto mais irracional a vida

Mais parece boa

Quem quer o mapa do inferno?

Candidate-se à eternidade!

Viva jovem pra sempre

E enterre a realidade

Bem ali já marcaram um x

Na tua cabeça

Pra todo o sempre linda

Sem nenhuma novidade

Viver sem ter medo,

Sem esperar a dor da idade

Será com certeza mais um crime

Contra toda a humanidade

Pra que a vida surpreenda

É preciso morrer

Quebrar rotinas

Criar passados

Que não se refazem

É preciso voltar atrás

Inexperiente e sonado

Desprevenido e incapaz