quarta-feira, 1 de junho de 2011

Mereço o que é único

Mereço o que é único

Mereço o que é único

porque também sou única

e enquanto aprecio a arte

a arte decifra o mundo

em cores, linhas, sonhos

como em meus olhos a ponho.

Mereço exclusividade

sem preço nem idade

sem modos numa festa

Mereço uma verdade

que ninguém detesta

que contou a peça

de uma vida em mim

Mereço esse afago

diante do qual me calo

pelo perfume multicolor

Mereço um calor na sala

na vida, na estrada

de quem vai partir

e com o sol se pôr

Quero expor o que não vejo

por ora, não me desejo:

efeito da negação de mim

meu cabelo e nele a cor

despetala-se essa flor

Quero expor e me despejo

numa tela sem moldura

acredito que mereço

uma luz mais viva e pura

Mereço ser rainha,

que sou mãe e menininha

mereço ser coroada

que no trono sou amada

mereço ter um carinho

que aqueço inteira a vida

sem tirar nem pôr da história

reservada no destino

Mereço felicidade

que acolho um rei de ouro

quando durmo beijo-lhe os louros

quando acordo sou verdade.

Minha sala nua, merece uma tv

Crua de brilho, em pleno natal,

se alvoroça por merecer!

52 polegadas, nela a cor da festa

se for Sony full hd, solidão não resta

Minha sala é sua, e merece uma TV

Se não for por minha poesia

que seja porque vejo nela você

Sem Rosa nem Raimundo

Sem Rosa nem Raimundo

Enquanto as teclas me querem

Dizer velozmente o meu mundo

Tô mudo, editei a Rosa,

Formatei o Raimundo

Deletei meu coração

Tem ali um marca-passo

E toda a tela da emoção

Passo a passo, copiei

Depois que fiz um download

Da felicidade montada

Num flash da Criação

Gravei aquela piada

Raimundo tá lá no blog

A Rosa criou seu site

Dela tenho o endereço

Dele só um slide

Se eu me chamasse Raimundo

Vasto mundo não morria

Como me chamo Maria

E a rima cabia

Só dá pra mudar a fonte

E dar enter em Rosa Maria

Trabalhando em versos, só para variar

Rebento

Ai! A mocidade!
Nem vê o que marca n’alma!
(tulipa, extrema fraqueza)

Ai! A mocidade!
Que vê tudo e vê nada,
Furtivamente, do mundo

Não tem como a mocidade,
Seus cantos,
Nem viagens,
Nem visons.

Não se volta à mocidade
Por que voltar se não existe?
E carícia do fogo,
Deleite e dor.
E investida, é desejo,
É tempo que não conclui intento.
É tão lento e veloz
Que desperta saudade
Ai! Mocidade!
Coisa velha, repetida, batida
Ferida de todas as gerações
Sensações, canções, estradas
Que por fim desemboca árida
Num deparo à realidade
Que consome, some em morte
Corte eterno, eternidade.