segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Nepotismo nunca mais!

Nepotismo nunca mais!
Em que país mesmo?


O prazo que o Senado deu aos “abnegados” do povo para que parentes desses 80 escolhidos fossem bater noutra freguesia era 10 de outubro. Além de mandar as sanguessugas embora, ainda tinham que admitir o tamanho da caca, enviando uma simpática carta ao presidente do Senado.
Não se sabe se se intimidaram na hora de admitir quantos seriam os demitidos não demitidos, ou se, de novo, ponderando que isso aqui ô ô.. é um pouquinho de Brasil iá, ia, prazo é um detalhe que se conversa, que se negocia. Enfim, há de ter algum raciocínio do qual não temos alcance necessário.
Também pensei: que desrespeito ao chefe da casa! Quer dizer que o chefe manda e ninguém cumpre?! Ah! Como eu queria poder fazer isso, quando meu patrão me manda cuidar de alunos com necessidades especiais, junto com alunos ditos “normais”, quando nem eu nem meus colegas professores temos preparo técnico pra isso! Mas é a política de inclusão. É bonito. É justo. É correto. E eu cumpro. Eu não discuto, não desrespeito, não descumpro prazos. Atingimos uma droga de resultado, mas cumpro o que me mandam.
Até que a tarefa que os três poderes têm não é tão difícil assim. Dêem aos parentes o bilhete azul! Por que não cumprir? O povo também tem um prazo de validade no tocante à paciência. E a paciência está por um fio. Agora imagine só quando todo mundo souber que gente que não passa fome está mamando as últimas gotas das tetas do governo sem qualquer cerimônia, nem pressa de largar. Larga logo!
Por enquanto, a gente não tem nem como reclamar. Ou tem. Reproduzindo as palavras do Presidente do STF, Gilmar Mendes, “Cabe reclamação ao Supremo Tribunal Federal; esse é o instrumento. Pode depois haver desdobramentos, aí, a questão... aí deveria ser examinada especialmente pelo Ministério Público”. Também, o Presidente do Senado, Garibaldi Alves, reforça: "Qualquer cidadão pode denunciar, e o parlamentar pode ser processado, enfrentar um processo por crime de responsabilidade ou até mesmo de improbidade". Veja como estamos todos protegidos! Há uma lei que foi assinada, aprovada para que os três poderes cumpram, mas, se alguém não cumprir, só vai acontecer alguma coisa se alguém se sentir lesado e denunciar. Aí, entre a denúncia e a punição – que já se sabe qual será – vamos imaginar.... uns dois anos... três? Tá bom, três.
Só para coroar a notícia tão “bem” divulgada e divertida por fontes tão confiáveis do jornalismo global, fechamos com a pérola: “A presidência do Senado não soube informar que medidas poderão ser tomadas contra quem manter (Jesus! Era mantiver!) parentes no quadro de pessoal da Casa.” (Globo.com).